quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Adriano Correia de Oliveira

Tempos de Coimbra...

Adriano Correia de Oliveira


Saudades de um bom amigo...

A Ti que nunca te deixaste corromper.

domingo, 14 de outubro de 2007

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Povoa de Santo Adrião Concerto em16 de Junho de 2007





Publicado na revista" Loures Magazine Odivelas"

quarta-feira, 25 de julho de 2007

segunda-feira, 23 de julho de 2007

quinta-feira, 17 de maio de 2007


FADOS NA RCM COM «CANTO D’ALMA»





Na edição nº 808, do «Disto é que eu Gosto, de 19 de Maio, o convidado de Rogério Batalha é o Grupo «Canto d’Alma» que é constituído por amigos que representam três gerações. Todos eles têm percursos musicais distintos, mas com uma paixão comum – a canção coimbrã. O grupo procura demonstrar que a música e a poesia - no caso presente a balada e o fado de Coimbra – podem cimentar amizades, unir pessoas de gerações, culturas e vivências diversas, que embora nascidas a Norte ou Sul de Coimbra a tomam como sua referência, procurando divulgar a sua música e a sua cultura.

Durante o programa será divulgado o novo trabalho discográfico intitulado «Coimbra tem mais encanto», com 21 temas.

Como habitualmente qualquer ouvinte poderá participar na conversa através dos telefones do estúdio da RCM 261 817 205 e 261 817 206.

quinta-feira, 10 de maio de 2007


Faz hoje 108 anos que nasceu Artur Paredes, aquele que abriu os horizontes à guitarra de Coimbra e que tão mal tratado tem sido não só pelos sucessivos governos desta cidade madrasta, como por alguns meios de comunicação social, especialmente os audiovisuais.
Tive o grato prazer de com ele conviver nos últimos anos da sua vida, conjuntamente com Carlos Figueiredo na viola. Foram tardes de puro prazer! Tocava como se tivesse vinte anos, com aquele vigor e aquele balanço tão seu característico.
Acometido de uma doença, deu entrada num hospital, onde passei a ir visitá-lo quase todos os dias, até que num deles, num Dezembro frio, encontro a cama vazia! Tinha falecido nesse dia, com 81 anos. O filho Carlos ainda não tinha sido informado. Aproveitaram então a minha presença e pediram-me se podia ir reconhecer o corpo. Lá me desloquei à morgue para o ver pela última vez. Já nem parecia ele, tal o estado em que a doença desgraçadamente o tinha deixado.
Foi-se o corpo, ficou a alma, ficou a beleza das suas criações, ficou esse espólio gravado em disco e não só. Sem se saber como, uma grande parte da sua produção desapareceu pois, segundo sei, tinha muita coisa nova gravada em fita magnética. Algumas ainda as acompanhei. Com a morte do filho, uma esponja foi passada por cima desse espólio! Como foi possível? Haja alguém que me esclareça!

posted by Octávio Sérgio at Quinta-feira, Maio 10, 2007

sexta-feira, 20 de abril de 2007


Aprender compensa...


publicado por pitecos às 00:43

Ler os outros
Li no briteiros, que vivemos num mundo de aparências.
Joshua Bell tocou durante 43 minutos para as 1097 pessoas que passaram pela sua frente. Os que se detiveram para o ouvir contaram-se pelos dedos de uma só mão e o rendimento dos donativos não ultrapassou os 32 dólares e... alguns cêntimos.
Relembro Eugénio de Andrade:

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

domingo, 15 de abril de 2007

Canto d'alma - Malveira

Canto d'alma - Malveira e Ericeira

FADOS DE COIMBRA
O Grupo “Canto d’alma”, que tem por paixão a Canção Coimbrã, apresenta-se nos dias 14 e 21 de Abril, respectivamente na Casa de Cultura da Malveira e na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira.


Este grupo é constituído por amigos com percursos musicais distintos. ”Coimbra Tem Mais Encanto”, “Trova do Vento que Passa”, “Samaritana”, “Balada da Despedida” são algumas das canções que poderá escutar…

Consulte a calendarização dos espectáculos:

14 de Abril – 21h30 – Casa de Cultura da Malveira;
21 de Abril – 22h00 – Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva (Ericeira).

O valor da entrada é de €3,50, podendo os bilhetes ser adquiridos, a partir de duas horas antes, nos locais onde os concertos se realizam.

terça-feira, 10 de abril de 2007

O trovador

O bom amigo Adriano

Adriano nasceu há 65 anos
Adriano Correia de Oliveira foi, acima de tudo, um homem simples. Talvez por isso não tenha a notoriedade de outros cantores da sua geração. Abordava as canções como pedaços de vida. Tinham de ser relevantes para a sociedade. Adriano compunha para deixar um traço. Compunha por pensar que esse traço podia despertar no outro uma emoção, uma perplexidade, uma repulsa.

Adriano Correia Gomes de Oliveira nasceu no Porto em 9 de Abril de 1942, filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de Laura Correia. Ainda muito novo foi viver para Avintes, onde fez a escola primária. Depois de completar os estudos secundários, inscreveu-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Gostava de participar na vida cultural da Universidade. Cantou no Orfeão Académico de Coimbra e fez teatro. Não tardou a descobrir o fado. A sua voz triste era perfeita para o tom romântico e contemplativo da tradição coimbrã.

No início da década de 60 tornou-se militante do PCP. Era um homem de esquerda que gostava da luta política. Moldado por convicções inabaláveis, lutou sempre contra um país que vivia adormecido. Em 1962, participou nas greves académicas e concorreu às eleições da Associação Académica, através da lista do Movimento de Unidade Democrática (MUD). Todas estas movimentações levaram-no a gravar, no seu terceiro álbum, uma das baladas fundamentais da sua carreira, “Trova do Vento que Passa”, com poema de Manuel Alegre. Versos como “Há sempre alguém que resiste / Há sempre alguém que diz não” entraram no espírito de todos os que ansiavam pela liberdade. Foi o hino do movimento estudantil.

Em 1966 casou-se com Matilde Leite, com quem teve dois filhos. Veio para Lisboa, onde pretendia retomar o curso. Como ainda estava no primeiro ano, foi obrigado a cumprir o serviço militar. Nunca parou de gravar e de ajudar os movimentos estudantis na luta contra o regime salazarista. Em 1969, o álbum intitulado “Adriano Correia de Oliveira” foi considerado o melhor disco do ano, o que o levou a participar no famoso programa de televisão “Zip-Zip”.

Depois de ter terminado o serviço militar, arranjou emprego no gabinete de imprensa da Feira Internacional de Lisboa (FIL). Nesse mesmo ano decidiu avançar com o álbum “O Canto e as Armas”. Habituado a gravar discos com canções independentes umas das outras, Adriano Correia de Oliveira gravou um álbum conceptual, construído à volta de um poema de Manuel Alegre. Foi uma opção arriscada, tanto artística como politicamente, já que Manuel Alegre era um autor proibido. Depois de “O Canto e as Armas”, Adriano continuou a produzir discos políticos que denunciavam a realidade portuguesa, tendo marcado a existência de muitos que o ouviram. “São grandes aqueles que modificam a vida das pessoas”, lembra a historiadora Irene Pimentel.

Chegou a Revolução de Abril, e Adriano Correia de Oliveira já podia cantar, com alegria, a liberdade. Participou em vários espectáculos, em Lisboa e no Porto. Sempre considerou que a cultura deveria ser para todos e fez os possíveis por espalhá-la pela população. Em 1974 fundou o “Colectivo de Acção Cultural” e andou pelo País, com o apoio do Partido Comunista, a anunciar a Revolução. Era a época do PREC e de todas as utopias. Em 1975 recebeu o prémio de melhor artista do ano, atribuído pela revista britânica “Music Week”.

Mas nem por isso se deixou paralisar pela prisão das recordações. Continuou o seu combate contra a injustiça social, com uma sofreguidão de gozar o “tempo que passa”. No fim da década de 70 Adriano fundou a cooperativa artística Cantarabril, o sonho da sua vida, mas não tardaram os problemas internos que culminaram na sua expulsão, em 1981. Nunca deixou de ter projectos, mas a morte interrompeu-os. Morreu em Avintes em 16 de Maio de 1982.

Adriano Correia de Oliveira foi um dos renovadores da canção de Coimbra. Um artista extraordinário, que deixou canções eternas, que urge redescobrir.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Fado das Alminhas







Música: Paulo de Sá (1893-1952),
dedicada “Ao Nuno Quental”Letra: 1ª e 2ª quadras populares
Incipit: Pelas alminhas te peço
Origem: Santa Maria da feira (?)
Data: ca. 1927-1928


Pelas alminhas te peço
Dá devagar os teus passos
Que debaixo dos teus pés
Anda minh’alma em pedaços.


Ando triste como a noite
Nada me alegra o sentido...
Ninguém sabe o bem que perde
Senão depois de perdido.


Canta-se o 1º dístico, repete-se;
canta-se o 2º e bisa-se.


Informação complementar
Canção estrófica em compasso quaternário e tom de Sol Maior, da 2ª metade da década de 1920, obedecendo ao convencional efeito de repetição muito em voga no Período Clássico. A letra é de teor mórbido-decadentista, bem ao gosto de época.Esta composição conheceu impressão musical na Sassetti & Cª., Lisboa, Rua do Carmo, 54 – 58, com a dedicatória supra, copyright de 1929, trazendo capa ilustrada por Stuart de Carvalhais.Para a 1ª quadra veja-se “Enciclopédia das Famílias”, Ano XXI, nº 247, de 1907, pág. 536, “Mil Trovas”, e ainda em Jaime Cortesão, “O que o Povo Canta em Portugal”, p. 125; a 2ª copla já era popular em 1893, constando de recolhas como o “Cancioneiro Geral dos Açores”, Volume III, pág. 120, “Cancioneiro Transmontano e Alto-Duriense”, pág. 289, “Cancioneiro Popular Português e Brasileiro”, pág. 4, “Cancioneiro de Músicas Populares”, de César das Neves/Gualdino de Campos, “Cancioneiro”, de Fernando Pires de Lima e o já citado “Mil Trovas”, editado em 1903.Composição gravada em Lisboa, nas sessões que decorreram entre 10 de Agosto e 03 de Setembro de 1928 pelo Dr. Elísio da Silva Mattos (1893-1978), acompanhado à guitarra em afinação natural pelo Dr. Paulo de Sá (Santa Maria da Feira, 05703/1891; Porto, 26/04/1952) e em violão de cordas de aço pelo Prof. Doutor José Carlos Martins Moreira (Porto, 1895; Coimbra, 1977), que preferiu que o seu nome não figurasse no disco (disco de 78 rpm His Master’s Voice, E.Q. 149, master 7-62210).Uma versão instrumental desta melodia foi gravada em guitarra solo pelo célebre executante de Gouveia José Parente, no Teatro São Luís, Lisboa, a 29 de Outubro de 1928: 78 rpm His Master’s Voice BN 144. Desconhecemos se a referida matriz chegou a ser comercializada.Após o registo efectuado por Elísio Matos, “Fado das Alminhas” não voltaria a ser gravado por nenhum outro cantor até finais do século XX, pelo que se pode considerar um espécime caído no esquecimento.Música: Paulo de Sá (1893-1952), dedicada “Ao Nuno Quental”Letra: 1ª e 2ª quadras popularesIncipit: Pelas alminhas te peçoOrigem: Santa Maria da feira (?)Data: ca. 1927-1928Pelas alminhas te peçoDá devagar os teus passosQue debaixo dos teus pésAnda minh’alma em pedaços.Ando triste como a noiteNada me alegra o sentido...Ninguém sabe o bem que perdeSenão depois de perdido.Canta-se o 1º dístico, repete-se; canta-se o 2º e bisa-se.Informação complementarCanção estrófica em compasso quaternário e tom de Sol Maior, da 2ª metade da década de 1920, obedecendo ao convencional efeito de repetição muito em voga no Período Clássico. A letra é de teor mórbido-decadentista, bem ao gosto de época.Esta composição conheceu impressão musical na Sassetti & Cª., Lisboa, Rua do Carmo, 54 – 58, com a dedicatória supra, copyright de 1929, trazendo capa ilustrada por Stuart de Carvalhais.Para a 1ª quadra veja-se “Enciclopédia das Famílias”, Ano XXI, nº 247, de 1907, pág. 536, “Mil Trovas”, e ainda em Jaime Cortesão, “O que o Povo Canta em Portugal”, p. 125; a 2ª copla já era popular em 1893, constando de recolhas como o “Cancioneiro Geral dos Açores”, Volume III, pág. 120, “Cancioneiro Transmontano e Alto-Duriense”, pág. 289, “Cancioneiro Popular Português e Brasileiro”, pág. 4, “Cancioneiro de Músicas Populares”, de César das Neves/Gualdino de Campos, “Cancioneiro”, de Fernando Pires de Lima e o já citado “Mil Trovas”, editado em 1903.Composição gravada em Lisboa, nas sessões que decorreram entre 10 de Agosto e 03 de Setembro de 1928 pelo Dr. Elísio da Silva Mattos (1893-1978), acompanhado à guitarra em afinação natural pelo Dr. Paulo de Sá (Santa Maria da Feira, 05703/1891; Porto, 26/04/1952) e em violão de cordas de aço pelo Prof. Doutor José Carlos Martins Moreira (Porto, 1895; Coimbra, 1977), que preferiu que o seu nome não figurasse no disco (disco de 78 rpm His Master’s Voice, E.Q. 149, master 7-62210).Uma versão instrumental desta melodia foi gravada em guitarra solo pelo célebre executante de Gouveia José Parente, no Teatro São Luís, Lisboa, a 29 de Outubro de 1928: 78 rpm His Master’s Voice BN 144. Desconhecemos se a referida matriz chegou a ser comercializada.Após o registo efectuado por Elísio Matos, “Fado das Alminhas” não voltaria a ser gravado por nenhum outro cantor até finais do século XX, pelo que se pode considerar um espécime caído no esquecimento.

Carlos Paredes

Definiu-nos, a nós portugueses, a nós humanos, como ninguém mais soube definir – só que em mais perfeito do que realmente somos

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

A Guitarra

Etimologicamente, a designação de Guitarra advém do vocábulo grego Kythara, que mais tarde os latinos converteram em Cithara. Conta uma lenda que este nome provém de Cyterón, o nome de uma montanha situada algures entre a Beócia e a Ática. Mas há quem, discordando desta opinião, defenda que deriva sim de Cythara, o antigo nome da ilha grega Cerigo, a qual era considerada como o paraíso da poesia e do amor, e na qual existia um templo dedicado a Vénus.
Mas, como esta matéria não reúne qualquer consenso, há ainda quem prefira acreditar que a origem do nome guitarra remonta à Idade Média, sendo a sua invenção e construção da responsabilidade de um mouro espanhol que daria pelo nome de Al-Guitar.
Esta corrente diz-nos que a guitarra portuguesa, tal como a conhecemos hoje, é de origem árabe. Mas, se é verdade, que esta teoria é sustentada por inúmeros adeptos, é também verdadeiro o facto de que assenta num pressuposto meramente verbal, o qual compara o nosso instrumento actual à antiga guitarra mourisca, ou sarracénica, associando-a ao fado.
Diz-nos ainda que esta nossa forma musical de expressão essencialmente popular (fado) é de origem árabe. Ora, esta teoria é geralmente rebatida com dois argumentos: é que, por um lado, a guitarra mourisca está na origem de uma linha de instrumentos completamente diferentes - as mandolas e as mandolinas -, sabendo-se, por outro, que a associação da guitarra ao fado é um fenómeno bem mais recente.
A partir de estudos realizados por diversos autores e compositores - como Pedro Caldeira Cabral e António Portugal, entre outros -, parece mais provável que a actual guitarra portuguesa resulte de uma fusão entre dois instrumentos: O Cistro Europeu, ou Cítara (utilizado em toda a Europa Ocidental durante o Renascimento, que apresenta uma forma extremamente semelhante e até, em alguns casos, o mesmo número de cordas e afinações que a guitarra, e que terá sido introduzido em Portugal no século XVI, sobretudo a partir de Itália e França, propagando-se a sul de Coimbra) e a Guitarra Inglesa (aqui introduzida no século XVIII, no Porto, difundindo-se depois rápidamente a norte de Coimbra). Isto poderá explicar as diferenças de construção, de estrutura e de afinação entre a guitarra de Coimbra, com origem no Porto e a de Lisboa.